A acústica arquitetônica lida com a maneira como o som se comporta dentro de algum ambiente, como uma casa, prédio, escola, entre outros. E mesmo que você não seja especialista em acústica, precisa conhecer este conceito.
Isso porque a acústica arquitetônica está diretamente relacionada ao conforto de cada ambiente e sua utilização.
Portanto, todos os envolvidos com a construção devem ter estes conceitos em mente. Arquitetos, engenheiros, fornecedores e compradores precisam estar atentos à acústica arquitetônica.
O que é acústica arquitetônica?
Um projeto de acústica arquitetônica extrai todo o potencial sonoro de qualquer ambiente. Para isso, são realizadas uma série de análises e testes sobre cada elemento da edificação. Os principais objetivos são:
- Isolar ruídos externos indesejáveis.
- Garantir o conforto acústico adequado em cada ambiente.
Os objetivos dependem muito da função de cada ambiente. Por exemplo, em um apartamento, convém isolar os sons do andar de cima. Em uma fachada, atenuar o ruído das ruas. Em um auditório, o projeto deve facilitar a propagação do som do palco, e assim por diante.
Conexões do teto, posicionamento das paredes e dos móveis, e materiais usados na obra: cada um destes pontos interfere na forma como o som se comporta.
Como o som se propaga dentro de um ambiente?
Saber como o som se propaga é importante para entender as fontes de ruído e como preparar melhor o ambiente para elas.
Você já viu como um ato falante funciona? Se sim, reparou que ele fica vibrando enquanto toca a música.
Isso acontece porque, basicamente, o ruído é a vibração das partículas de ar. Essa vibração gera uma onda de pressão que é captada pelo nosso tímpano.
O ruído passa pelas partes sólidas, como as paredes, porque quando essas ondas de pressão atingem a parede, ela vibra e o som é reproduzido do outro lado.
Quais são os principais ruídos dentro de uma edificação?
Seguindo esta lógica, alguns dos exemplos comuns de ruídos dentro de edificações são:
- Ruídos aéreos: são aqueles propagados pelo ar. São os que vêm do lado de fora e passam por paredes, lajes ou fachadas, por exemplo.
- Aéreo quanto a forma de propagação (transmissão):
- podem ser diretos (ruído atinge um lado da parede e é transmitido para o outro).
- ou secundários (ruído atinge uma parede e faz outras estruturas conectadas, como o teto, piso e paredes adjacentes vibrarem também), conforme a figura abaixo.
- Aéreo quanto a forma de propagação (transmissão):
- De impacto: quando a vizinha de cima anda em casa usando salto e você ouve os barulhos de “toc”, “toc”, por exemplo.
Como saber se a acústica é boa?
No Brasil, a norma NBR 15575 estabelece alguns critérios de qualidade para desempenho acústico de configurações construtivas.
Ela regula o desempenho acústico da construção como um todo: ruído por paredes, isolamento acústico da laje e do piso, isolamento de vibração do piso, ruído gerado por sistemas hidráulicos, entre outros.
A norma define três níveis de qualidade: mínimo, intermediário e superior. O conhecimento em acústica arquitetônica é necessário para alcançar o nível superior.
Como ter o melhor nível de qualidade em acústica arquitetônica
Como explicamos anteriormente, existem algumas fontes de ruídos principais dentro de edificações e cada uma delas requer ações específicas. Veja quais são as boas práticas para cada uma delas:
Ruído aéreo entre paredes
Neste caso, normalmente a performance acústica depende do efeito de massa da parede. Quanto maior a inércia, melhor a performance acústica da divisão. É possível usar paredes duplas para obter melhor desempenho, desde que elas sejam bem dimensionadas e tenham algum tipo de material acústico interno.
Alguns detalhes de construção costumam passar despercebidos e podem facilitar a propagação do ruído de um lado para o outro da parede. A passagem de eletrodutos e a passagem de caixas elétricas, por exemplo, podem diminuir a performance.
No momento de construir, é importante estar atento às formas de propagação do som, que pode ser direta ou indireta.
A transmissão direta é a de um lado a outro. Por isso, quanto mais leve a parede, maior a vibração. E, por sua vez, quanto maior a vibração, maior é o nível de transmissão de ruído.
Já a transmissão secundária, ou de flancos, tem como foco uma parede conectada a teto, piso ou outras paredes. Nesse caso, a vibração de todas as outras estruturas também influencia na propagação do som.
Por isso, reforçar individualmente as paredes nem sempre tem um resultado tão satisfatório. Antes de tomar a ação, é necessário conhecer esta característica estrutural para definir o melhor plano de ação.
Ruído aéreo de fachada
A transmissão aérea de ruído em fachada compartilha estes elementos, mas tem mais uma variável: normalmente tem uma porta de correr, porta camarão, ou outras que necessitam encaixe de duas partes.
Por isso, é importante estar atento aos vazamentos: qualquer fresta entre esquadria e parede, ou entre folhas de porta, trilho da porta e esquadria, entre outras, degrada a capacidade de isolamento acústico do ambiente.
Nestes casos, recomenda-se usar um vidro mais grosso, de 6 a 9 milímetros, desde que a esquadria seja bem planejada. Inclusive, em alguns casos, as frestas podem determinar a diferença entre uma qualidade de ruído mínima ou intermediária.
Ruído de impacto
Quando o vizinho de cima faz barulho, muitas vezes ele nem percebe. E isso é natural: o som é mais alto mesmo para quem está embaixo. O teste de ruído normalizado de impacto ajuda a identificar se ele está ocorrendo.
São cinco pistões com pesos normalizados que são levantados e derrubados por uma máquina a uma altura de cerca de 12 centímetros. Eles ficam batendo alternadamente na estrutura. Um medidor capta este ruído e ajuda a determinar onde e com qual intensidade ocorre.
Em termos de construção, a pior estrutura é ter laje, contrapiso e assentar piso cerâmico. Normalmente, esse tipo de construção sequer consegue atingir o nível mínimo da NBR 15575.
O ideal é inserir um material de isolamento acústico entre o piso e contrapiso. É um material emborrachado, que parece uma espuma, montado em cima do contrapiso. Ele deve cobrir toda a área, sem frestas ou emendas. A função desse material é eliminar o contato do contrapiso com as outras estruturas.
Inclusive, esse material acústico deve ser incluso mesmo em suítes ou banheiros próximos às salas. Caso contrário, o ruído será transmitido para a laje através do banheiro e o desempenho acústico cai.
Materiais de isolamento acústico
Materiais de isolamento acústico ajudam a diminuir os níveis percebidos de ruídos nos ambientes. Existem diversos tipos de materiais, além do exemplo que mencionamos acima.
Existem, inclusive, pisos que já têm camadas de espuma para o momento de montagem.
Com base na nossa experiência na Vibroacustica, pisos laminados montados em cima de mantas flexíveis têm bons resultados.
Quando a montagem é feita em pisos de cerâmica, é necessário ter cuidado na montagem, e em alguns casos até usar tela metálica para estruturar o contrapiso.
É necessário ter atenção para a sensibilidade do material escolhido, já que qualquer vazamento diminui a performance. Em alguns casos, o próprio transporte em carrinho de mão prejudica a qualidade. Por isso, é importante ter atenção a possíveis pontos de impacto.
Como você viu, existem diversas variáveis que influenciam na performance. Por isso, caso precise de apoio em acústica arquitetônica, entre em contato com a Vibroacustica, especialista em acústica e vibrações.
Especialistas em NVH
A Vibroacustica é especializada em análises e simulações de NVH em diversas áreas, além de ter expertise em projetos de compressores para clientes nacionais e internacionais.